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99% das empresas no varejo têm um problema, diz especialista

Sobreviver às mudanças de hábitos de consumo requer reformular negócios. No
varejo, adaptar-se à revolução tecnológica é primordial. A Profa. Dra. Regiane Relva
Romano acredita que “o primeiro e maior problema do setor é a falta de um
software de gestão: 99% das empresas do setor não possuem um sistema que
organiza suas vendas, faturamento, indica quais produtos vendem mais, e qualquer
outra informação sobre sua operação de forma automatizada”.

Em evento organizado pela APAS (Associação Paulista de Supermercados), a
professora do Smart Campus Facens apresentou as duas etapas do que chama de
“Próxima Geração de Negócios” e os desafios. E explicou que a partir desse primeiro
passo – o software -, é possível implementar uma série de outros recursos
tecnológicos que já existem, que vão ajudar a transformar o varejo para se adaptar a
uma nova fase de consumo, que já começou.

“Com um bom software de gestão, empresas do setor podem começar a trabalhar
com identificação de clientes, que inclui biometria e reconhecimento facial. Com
essas informações em um banco de dados, é possível criar um atendimento
personalizado para oferecer o produto certo e aumentar as chances de vendas, além
de fidelizar o consumidor que achou exatamente o que precisava na sua loja”, diz
Romano, que também é CEO da Vip-Systems.

Seguindo essa lógica, o varejo pode oferecer promoções também customizadas e
consegue organizar os produtos dentro da loja de acordo com o comportamento
dos clientes. Ela destacou também novos formatos de venda, como quiosques.

“A Amazon trabalha esse modelo muito bem e o Walmart anunciou recentemente
quiosques dentro das suas próprias lojas. Os clientes podem comprar e sair da loja
de forma prática e rápida”, diz. Há ainda, as máquinas de vending machine, ou
máquina de venda automática, dentro das lojas e que podem aumentar as vendas.

“O segredo é cada vez mais usar a tecnologia para atrair e agradar o consumidor.
Por exemplo, ‘gamificar’, que é a venda por meio de jogos, e interagir com o cliente
é bom para ele que quer comprar e para você que quer vender”, explica.

Outro passo importante tem a ver justamente com entretenimento. “Vender de
forma lúdica é fazer a pessoa consumir enquanto brinca e se diverte. Isso é um
diferencial. Realidade virtual e realidade aumentada também entram nesse grupo.
As empresas precisam pensar em novas formas de oferecer seus produtos”.

Ela diz que em outros países, como China e EUA, esses formatos e muitos outros,
como câmeras que analisam as expressões dos clientes quando eles olham para
cada prateleira, já é realidade.

Além disso, novos formatos de pagamento também precisam se desenvolver no
setor. A tecnologia que permite pagar por aproximação já funciona no Brasil, mas
ainda está longe de ser algo amplamente utilizados pelos consumidores por falta de
confiança. Até mesmo o polêmico Bitcoin e as criptomoedas são agentes desse
processo.

Considerando todas essas possíveis tecnologias que podem ser implementadas e já
estão disponíveis para serem usadas de forma estratégica para o varejo, um
segundo processo começa.

“A partir disso precisamos integrar toda essa tecnologia no negócio, pensar em
oferecer tudo de forma padronizada com uma infraestrutura adequada,
comunicação eletrônica, aplicativos bem estruturados e usar a internet e as redes
sociais a favor da companhia”, afirma Romano.

Nessa etapa, a empresa também deve começar a pensar no uso de drones dentro
das lojas para inventários, fora das lojas para entregas, impressões em 3D e
radiofrequência, por exemplo.

São duas etapas complexas que vão levar à Internet das Coisas, deixando as lojas de
varejo inteligentes e integradas. Embora seja um desafio para o modelo que existe
atualmente no Brasil, a especialista acredita que a “empresa que não inovar” no
sentido desses processos “vai morrer”. O impacto da Internet das Coisas nos
negócios atualmente chega a US$ 8 trilhões ao redor do mundo.

Millennials
Romano destaca que todo o mercado está se transformando e obrigando as
empresas a inovar justamente pela chegada dos Millennials, ou a chamada Geração
Y, que são os consumidores que têm entre 20 e 39 anos hoje.

“Eles mudaram tudo porque fazem negócio com a marca. E trabalham com o que
chamamos de ME2B, ou seja, eles decidem o que querem comprar e esperam que
as empresas ofereçam e entreguem esse produto. Essa turma pensar em ‘ser’ ao
invés de ‘ter’ está mudando totalmente a lógica do varejo”, afirma Romano.

Segundo ela, a missão das empresas de varejo é fazer um bom Storytelling porque
essa geração precisa acreditar no que está comprando. “A empresa tem que vender
e está alinhada ao que está oferecendo”, diz.

Essa geração é multi-telas e multicanais e, segundo a especialista, costuma-se
classificá-los como consumidores Omnichannel, mas eles não se veem assim. “Para
os Millennials não importa onde e como estão comprando, mas sim o valor que isso
agrega. Por isso, consumir do computador de casa, do celular, da loja não faz
diferença. O que nos leva ao que chamamos de Unified Commerce: o cliente no
centro de tudo”, afirma.

Para a especialista, o varejo precisa adotar essa estratégia de dar atenção ao seu
cliente. “Hoje o que chamávamos de Omnichannel, nada mais é do que a
personalização”, diz.

Ou seja, com essa nova era a empresa do varejo precisará “integrar saúde, bem-
estar, entretenimento, gamificação e realidade aumentada para vender o arroz e
feijão”, afirma. Segundo ela, é preciso desmistificar que a tecnologia é
extremamente cara e apenas para os grandes negócios. “Todo mundo pode
implementar”.

Fonte: InfoMoney

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