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As empresas já têm a confiança do consumidor para usar seus dados?
O entendimento de que os dados são o grande mapa da mina é comum entre os principais agentes estratégicos do mundo corporativo, contudo, como essa prática pode ser empregada com bom senso e responsabilidade? Gigantes de tecnologia, por exemplo, pagam um preço alto por ações irregulares com o uso de dados de seus usuários. Do outro lado, o consumidor – ainda desconfiado -, busca garantias na hora de fornecer suas informações às empresas.
Na contramão de práticas suspeitas, os dados se tornaram uma espécie de moeda de troca entre consumidores e empresas. No ramo farmacêutico, por exemplo, houve uma grande abertura de segmentação em que empresas desenvolveram vouchers de desconto assim que os dados são informados no ato da compra.
De acordo com Cláudio Brito, Chief Data Officer da AeC, a Lei Geral de Proteção de Dados – sancionada em agosto de 2018 -, deve assegurar boas práticas por parte das companhias e, com o tempo, conquistar mais confiabilidade por parte dos consumidores.
“Essa discussão pautou não só as empresas e profissionais ligados à tecnologia da informação, mas também a sociedade e o governo. Em dezembro de 2020, entrará em vigor a Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD). Baseada na legislação europeia, a LGPD tornará a coleta e o uso de dados muito mais transparente para a sociedade e isso é muito positivo” diz.
O executivo complementa que o tema ainda é difuso na cabeça do consumidor final, de modo que a organização tem se organizado nesse cenário de intensa transformação. “É preciso também deixar claro que há uma diferença entre segurança de dados e segurança cibernética. Em ambos os casos, a AeC é segura. Investimos no que há de mais moderno para nos proteger de qualquer tipo de invasão, vazamento ou uso incorreto de informações”, acrescenta.
Transparência
Com a missão de educar os consumidores sobre a real finalidade e benefício no uso de suas informações, aplicar o conceito de transparência em ações tem sido a principal alternativa de organizações atentas ao momento presente. Na visão de Brito, é preciso explicitar o ciclo de benefícios personalizados que envolve a confiança de dados.
“É importante que entendam que, ao pedirmos uma informação ou analisarmos um hábito de consumo de um cliente, estamos trabalhando para oferecer a ele opções de produtos e serviços personalizados. Não é apenas o consumidor que nos cede uma informação. No futuro, existe um retorno para ele em forma de exclusividade, economia e/ou experiência”, explica.
Uma pesquisa global realizada pela Experian, intitulada “The 2018 Global Data Management Benchmark Report”, contou com profissionais de quatro países (Brasil, Estados Unidos, Inglaterra e Austrália) revelou que 91% das empresas consideram o uso de dados para definir a estratégia de negócios.
Fonte: Portal No Varejo