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As vantagens de pai e filho criarem uma empresa

Ao se aposentar depois de três décadas trabalhando como professor, Bert Weber ocupou-se de contratos de consultoria, mas continuou em busca de um trabalho mais satisfatório, de tempo integral. Seu filho Christian dirigia uma pequena organização ambiental sem fins lucrativos; e também estava insatisfeito.

Christian havia sonhado em ter uma cervejaria artesanal, pois pai e filho gostavam de preparar a bebida em casa. Um bom tempo antes, num fim de semana há cinco anos, decidiram entrar de cabeça no negócio de cerveja. “Eu gostei do conceito”, disse Bert. “Adorei a ideia de ter meu filho como parceiro nos negócios.”

Mesmo sem experiência na gestão de uma cervejaria, eles criaram um plano e garantiram um empréstimo para pequenas empresas. Em 2014, abriram a Common Roots Brewing Co. em South Glens Falls, Nova York. Hoje, a cervejaria tem 20 funcionários e cresce constantemente, prevendo vender 5 mil barris este ano.
A criação de uma empresa que abrange mais de uma geração pode ser um meio inteligente para que baby boomers (geração nascida no pós-guerra) aposentados e seus filhos adultos combinem recursos e capacitação. Os jovens adultos trazem entusiasmo e estão à vontade com as últimas tecnologias. Os pais em geral trazem capital e experiência de trabalho.

Riscos financeiros

Mesmo assim, os riscos financeiros associados ao empreendedorismo são assustadores, especialmente para aqueles em seus anos de aposentadoria. O tempo para se recuperar da falência de uma empresa é curto e as consequências de perdas financeiras podem ser consideravelmente maiores para uma pessoa com mais idade. Além disso, superar a transição de pai e filho para sócios nos negócios nem sempre é fácil. E começar um novo empreendimento é sempre estressante.

Fazendo uma retrospectiva dos três últimos anos, Christian parece aliviado. “Nós não estamos apenas sobrevivendo”, disse. Bert acrescentou: “Durmo melhor agora”.

Pesquisadores que analisam pequenas empresas não têm muitos dados a apresentar sobre qual a quantidade de startups existentes, reunindo mais de uma geração, como a dos Weber. Ainda assim, há algumas estatísticas: 25,4% das novas empresas formadas em 2016 nos EUA foram criadas por pessoas com idades entre 55 e 64 anos, segundo a Fundação Ewing Marion Kauffman, contra 14,8% em 1996.

Em grande parte por causa de duas importantes mudanças sociais, é bastante provável que o aumento do número de pais aposentados e seus filhos adultos, pelo menos, considerem dar o salto em direção ao empreendedorismo juntos.

Em primeiro lugar, a associação de vidas mais longevas e poupanças inadequadas para a aposentadoria levam mais americanos idosos a buscar renda logo após os seus 60 anos. “Pelo que vejo, a geração baby boom chega aos anos de aposentadoria e escolhe uma versão diferente da aposentadoria daquela da geração da II Guerra Mundial”, diz Dennis Ceru, professor adjunto de empreendedorismo no Babson College, em Wellesley, Massachusetts. O empreendedorismo que reúne mais de uma geração (multigeracional) é uma dessas opções, diz ele.

O segundo fator é a evidência de que muitos pais de baby boomers e seus filhos adultos se dão bem o suficiente para, pelo menos, encarar a perspectiva de montar um negócio.

“A maioria dos boomers tem uma relação muito mais baseada em amizade com seus filhos do que seus pais tiveram com eles”, afirma Steve King, sócio da Emergent Research, empresa de consultoria em Lafayette, Califórnia, focada em economia de pequenas empresas. “É uma grande mudança social.”

Pela primeira vez desde a década de 1960, morar com os pais é o mais comum dos arranjos domésticos na faixa etária de 18 a 34 anos, informa o Pew Research Center. Em 2014, mais de 32% dos jovens adultos moravam com os pais, o que era 20% na década de 1960.

Grande parte disso reflete difíceis circunstâncias econômicas e adiamento dos casamentos, dizem os especialistas. Mas a tendência parece ser suficientemente vasta para que também envolva escolhas de estilo de vida e bons relacionamentos.

Comparando os dados da pesquisa sobre relações entre gerações diferentes nos anos 2000 com os dados da década de 1980, os autores do estudo acadêmico “Os Relacionamentos Intergeracionais dos Baby Boomers” observam que, em 1988, menos da metade dos pais entrevistados deram conselhos aos filhos adultos no mês anterior, em comparação com 89% em 2008. Além disso, 31% forneceram assistência prática em 1988, em comparação com 69%, duas décadas depois.

Tais resultados refletem a descoberta básica de uma pesquisa de 2012 encomendada pela AARP (American Association of Retired Persons, para aposentados com cinquenta anos ou mais). Segundo a enquete, os jovens adultos “comunicam-se mais, interagem mais e ficam mais à vontade em participar com seus pais, em relação aos boomers quando estes eram jovens adultos”.

Para os pais que entram no mercado com seus filhos adultos, um alicerce de confiança mútua e comunicação contínua deve melhorar as possibilidades de sucesso, diz King. Tome-se a experiência dos Burche de Hudson, Wisconsin, que decidiram, durante o almoço, há uma década, abrir uma loja.

O almoço incluiu Elizabeth, professora de meio período, na época com 65 anos; seu marido, Dan, um pastor aposentado, de 69 anos; e dois de seus filhos, Sarah, de 37, e Leah, de 43. Eles discutiram como lutar contra o que viam como uma polarização crescente na sociedade, e ao mesmo tempo gerar renda.
Apelo bipartidário

Juntos, tiveram uma ideia: uma loja de presentes que vende itens sustentáveis, muitas vezes feitos à mão, com o que eles chamavam de um apelo bipartidário. Seis semanas depois, abriram a Purple Tree, em Hudson, com os pais colocando cerca de US$ 10 mil (O nome joga o roxo como sendo a mistura de vermelho, dos republicanos e azul, dos democratas).

“Nós nem sempre concordamos”, disse Sarah, o único membro da família trabalhando em tempo integral na Purple Tree. “Mas conseguimos concordar em discordar, e fomos capazes de alcançar os compromissos. Nós sempre encontramos uma maneira de resolver as coisas.” O restante da família participa da receita da loja.

Fatores menos benignos podem exercer seu papel no empreendedorismo multigeracional. A discriminação etária pode ser grande obstáculo ao emprego daqueles com 50 anos ou mais. Ao mesmo tempo, jovens podem achar difícil conseguir um emprego atraente e que ofereça um caminho de carreira. Para ambas as faixas etárias, começar uma empresa pode em geral ser uma alternativa melhor.

Apesar de todos os casos de sucesso, empreendedorismo não é para todos. O Bureau of Labor Statistics informa que cerca de 20% das pequenas empresas vão à falência em seu primeiro ano, e aos 5 anos, metade delas fecha. São possibilidades desanimadoras, especialmente para os americanos mais idosos que visam a aposentadoria. Além disso, nem todas as famílias se dão bem. Mesmo para membros da família que gostam uns dos outros, a ideia de lidar com limites pouco claros pode ser penosa. “Isso traz a presença do desafio do relacionamento”, diz King.

Mais importante, começar um negócio normalmente significa dedicar longas horas ao trabalho, incluindo fins de semana. Muitas pessoas na idade da aposentadoria buscam horários mais flexíveis, mesmo que continuem gerando renda.

Fonte: Portal Varejista

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