A pandemia de Covid-19 acabou por antecipar a adoção de muitas das tecnologias, transformando as tendências em realidade para muitas empresas, indo de encontro às necessidades do consumidor. Por isso, trouxe neste artigo, dois dos principais avanços tecnológicos do varejo em resposta à covid-19. A primeira que destacamos, com certeza é a do e-commerce. Afinal, segundo o levantamento realizado pela ABComm, as vendas nos supermercados online aumentaram em 180%. Isso mostra que o shopper vem perdendo o medo de realizar suas compras online para receber em casa ou, retirar na loja.

Muitas pessoas que antes tinham algum tipo de resistência, por conta da pandemia, experimentaram fazer compras online, diretamente no canal do supermercado ou através dos diferentes serviços de marketplace, como o Cornershop, Rappi, iFood, James e SupermercadoNow. Muitas delas, que foram bem atendidas e experimentaram o serviço, continuaram utilizando após a pandemia. Acreditamos muito haverá uma aceleração na adoção do e-commerce.

Além dos supermercados, empresas de capital aberto como Magazine Luiza e Via Varejo, apresentaram números surpreendentes do aumento de vendas. A Via Varejo registrou um crescimento de 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado mesmo com 80% de suas lojas fechadas. Incrível!

O e-commerce, que para muitos supermercadistas era do 15º item da lista de prioridades, passou a ser o primeiro da noite para o dia. A maioria dos supermercados está investindo em oferecer algum tipo de experiência de compras online para o consumidor, seja para comprar online e retirar na loja, drive-thru, ou delivery na casa do cliente.

O frictionless retail também foi uma das tendências adotadas pelos varejistas. Afinal, com o shopper buscando ter menos contato para evitar o contágio pelo vírus, soluções como os self-checkouts, scan & go e o pagamento por aproximação (uma das recomendações da OMS), ou uso de carteiras digitais (pagamento mobile) estão sendo adotadas pelo varejo brasileiro.

Essa tecnologia traz muitos benefícios para o varejista e para o consumidor. Com ela é possível, por exemplo, diminuir o tempo de atendimento e checkout, reduzir as filas de forma geral, facilitar o pagamento dos consumidores, além de dar mais opções para a população desbancarizada.

Esse período de pandemia, sem dúvida, trouxe muitos desafios para varejistas e consumidores, e apesar de todas as dificuldades, também evoluímos em muitos aspectos e aceleramos a adoção de tecnologias importantes que melhoram a experiência do consumidor.

Além das tecnologias mais voltadas para o consumidor, muito se avançou na adoção de tecnologias de comunicação virtual. Nunca se viu tantos eventos online, lives de negócio, e inúmeras reuniões acontecendo por videoconferência. Acredito que muito disso também chegou para ficar, e que muitas empresas que antes nem considerariam fazer uma reunião importante de forma virtual agora vão fazer disso um hábito e o farão com frequência.

O uso da internet, de sistemas web, e da nuvem também se intensificou. Assim, as empresas permitem que seus colaboradores sejam produtivos de onde estiverem, trabalhando de forma remota e ganhando muita vantagem competitiva. Além disso, a longo prazo elas também terão a preferência dos melhores talentos do mercado.

O varejo brasileiro tem tudo para atravessar essa crise e se tornar mais forte e vibrante do que nunca, transformando grandes desafios em oportunidades de aprendizado, crescimento e evolução.

* André Faria, CEO na Bluesoft e autor do livro “Agile: Desenvolvimento de software com entregas frequentes e foco no valor de negócio”

Fonte: Portal New Trade