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Como boas perguntas podem te ajudar profissionalmente
As perguntas são um artifício utilizado a todo momento, em quase todas as
ocasiões. Tão corriqueiras, que suas possibilidades podem passar despercebidas.
Nesse pacote, muitos perdem de vista inclusive os benefícios que elas podem ter
para os negócios, segundo as professoras de Harvard Leslie K. John e Alison Wood
Brooks.
Estudando o tópico, a dupla descobriu que as vantagens de utilizar o ato de
questionar como ferramenta profissional são muitas. Desde as mais conhecidas,
como descobrir informações, até as menos, como conquistar a afinidade de alguém.
As duas professoras compartilharam algumas dicas para aproveitar ao máximo os
benefícios das perguntas no podcast no site da Harvard Business Review. Confira
suas principais dicas:
1. Para estimular a sinceridade, utilize uma abordagem “pessimista”
Em situações em que alguém pode mentir, fazer uma pergunta já pressupondo o
que você considera que a pessoa não vá querer contar é uma estratégia efetiva. Por
exemplo, conversando com um fornecedor sobre prazos, perguntar algo do tipo
“você provavelmente vai atrasar, certo?” facilitaria a decisão do interlocutor de falar
a verdade. Isso porque, com uma suposição “pessimista” como essa, basta que ele
confirme. Bem mais simples do que assumir sozinho quando a expectativa é
otimista.
2. Varie entre questões abertas e fechadas, dependendo do objetivo
Da mesma forma, para evitar mentiras, perguntas “fechadas”, em que as respostas
são pontuais – como “sim” ou “não” – ajudam a estimular a sinceridade, dizem
Leslie e Alison. É muito mais difícil mentir quando a pergunta requer apenas uma
palavra (ou poucas) como resposta, do que quando a questão é aberta. Exemplo:
“qual é a história da venda deste celular?” (pergunta aberta) e “você está vendendo
este celular por que ele está danificado?” (pergunta fechada). No entanto, se o
contexto é de entender os interesses de alguém, ou um brainstorming, as perguntas
abertas são de maior utilidade.
3. Ao tentar deixar o outro confortável, seja casual
As estudiosas descobriram que dar muitas “garantias” ao tentar fazer com que a
pessoa se abra, pode ter efeito contrário. Falar “fique tranquilo, não vou contar para
ninguém”, por exemplo. “Se você é um pouco mais casual sobre o assunto, pode
deixar a outra parte mais à vontade para responder”, explica Leslie.
4. Tudo bem ser honesto se não souber uma resposta
A última dica deve ser usada com moderação, segundo as especialistas.
Ocasionalmente, quando for perguntado sobre algo que não sabe, não tem
problema assumir isso claramente. Diga algo como “Você levantou um bom ponto,
mas eu não sei te responder ainda. Vou verificar e te dou retorno”. Para Alison,
quando usada com moderação, a técnica pode ser “uma grande estratégia de
humildade”.
Outra dica é antecipar e estar preparado para as perguntas. Se terá uma
apresentação importante – ou uma reunião – e está com medo das perguntas que
podem surgir, prepare-se para elas. “A maior parte das perguntas pode ser
antecipada”, afirma Alison.
Para isso, ela aconselha se perguntar quais são as questões que mais lhe assustam.
Anote elas, e também as respostas que você dará – ou como vai se esquivar -, e
pratique a forma com que vai dá-las. “Para qualquer pergunta que possam fazer, há
uma maneira de respondê-la e há uma maneira de evitá-la”, brinca a especialista.
O papel das perguntas em problem solving
A abordagem do BCG de problem solving parte de uma pergunta inicial, que é o
problema a ser resolvido. Depois dessa primeira questão definida, o método,
chamado hypothesis driving analytics, se desenrola com a formulação de uma
hipótese, ou a resposta para essa pergunta inicial.
Em seguida, são definidas outras perguntas, dessa vez para testar a hipótese.
“Através dessas respostas, nós conseguimos chegar à conclusão se vale a pena
comprar ou adquirir um determinado player no mercado”, exemplifica a sócia.
Esse processo segue uma lógica piramidal. A pergunta inicial é ampla e as seguintes,
resultados da fragmentação da primeira, vão se tornando gradativamente mais
específicas. O objetivo é chegar em um nível em que se consiga tornar mais
palpáveis as análises, explica ela. “Ao invés de investigarmos tudo do zero e começar
a tentar cobrir alternativas possíveis no maior nível de detalhe possível, onde seria
mais ineficiente, nós abordamos o problema de forma bem específica e particular.”
Fonte: Época Negócios