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Como o varejo está se transformando no Brasil

Setor tradicionalmente conservador, o varejo não conseguiu resistir à onda de startups que chegou ao mercado. Hoje, já são cerca de 300 retailtechs atuando em áreas como fidelização de clientes, “construção” de e-commerce, chatbots, IoT, dentre outros. E o objetivo de todas essas empresas é um só: deixar a experiência mais digital e agradável.

O consumidor não é mais o mesmo. Segundo pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), 41% dos brasileiros já fazem compras pelo celular – em 2013, eram só 15%. Até mesmo setores tradicionais, como alimentação, estão se digitalizando: 37% dos brasileiros compraram comida pela internet nos últimos 12 meses.

“O varejo está passando por uma transformação por conta dos novos hábitos do consumidor. Há um novo varejista”, afirma Reynaldo Saad, sócio da Deloitte para a área de varejo e bens de consumo. “E essa é uma transformação que o setor não passaria sozinho. A tecnologia e a agilidade das startups são determinantes nesse processo como um todo”.

Experiência omnichannel

Uma das discussões do setor varejista é a experiência em omnichannel. Ou seja: quando os canais online e offline se integram na experiência do consumidor de maneira quase imperceptível. A ideia é que haja a comodidade e agilidade do mundo digital em confluência com a personalização e a experiência mais próxima do mundo físico.

Uma empresa que está trazendo isso de maneira constante é a Cuponeria. Inspirada nos tradicionais cupons de desconto dos Estados Unidos, a startup lançou uma plataforma em 2011 para que clientes pudessem encontrar os tais benefícios de maneira centralizada. Hoje, já atende empresas como Burger King, Taco Bell, KFC e Riachuelo.

O encontro entre os dois mundos, porém, está indo além do que apresentar um cupom de desconto na boca do caixa. A startup acabou de lançar um sistema que cadastra o cartão do cliente e dá o desconto automaticamente na hora do pagamento.

Além disso, destacam-se as iniciativas de comprar no mundo online e retirar no offline. A startup Neomode, por exemplo, atua para transformar a loja física num pequeno centro de distribuição online, aumentar o giro de estoque, melhorar a logística de entrega com o sistema “clique e retire” e disponibilizar o estoque em tempo real para otimização.

Em agosto deste ano, a empresa recebeu um aporte de R$ 2,7 milhões do Fundo Criatec3, gerido pela Inseed Investimentos, com foco na expansão de seus serviços e plataformas.

Alexandre Primo Battaglini, especialista em fidelidade e engajamento, afirma que esta não é uma transformação simples do mercado. “O esforço de integração de sistemas, logística, processos e até mesmo cultural, no sentido de que a equipe da loja não enxergue como uma venda ‘que foi perdida’, é enorme.”

E-commerce

Por mais que o omnichannel seja uma das principais discussões do momento, um outro setor ainda chama a atenção: o e-commerce. Num momento de consolidação de grandes marketplaces, como Amazon e Americanas, empresas correm para conseguir construir plataformas de venda digitais do zero. E deixam o mercado atento com o que pode ocorrer.

“Um estudo da Google diz que, até 2021, o e-commerce irá dobrado a participação no varejo brasileiro, crescendo em média 12,4% ao ano”, contextualiza Ricardo Collazo, diretor Comercial da Ricoh Brasil. “Esse “tsunami” de consumo que devemos ter nos próximos anos é uma grande oportunidade para que as retailtechs avancem em diversos setores”.

E uma startup que tem crescido de olho no e-commerce é a Olist. A empresa, que recentemente recebeu um aporte de R$ 190 milhões liderado pelo Softbank, é uma espécie de marketplace de marketplaces. Para isso, a startup conecta pequenos lojistas aos grandes marketplaces, como Amazon e Submarino, e com uma unificação de imagem.

“Nós buscamos simplificar todo o processo de ida do varejista para o mundo online”, afirma Tiago Dalvi, fundador da startup, que já tem mais de um milhão de produtos cadastrados, atendendo mais de 6.200 lojistas e grandes marcas. “Percebo que as startups tiraram o varejo da zona de conforto. Mostramos, por exemplo, que há mais saídas do que parecia”.

René Abe, CEO e presidente da Rakuten Brasil, já está de olho no futuro que este mercado está preparando, inclusive internacionalmente. O principal evento da empresa, o Optimism, agora é feito em escala global — os principais lojistas credenciados ao sistema da companhia de tecnologia e inovação, no Brasil, participaram do evento em São Francisco.

“O futuro é promissor. O comércio eletrônico vive um momento espetacular com média de crescimento de dois dígitos”, diz. “Mas há muito a crescer. No Brasil, a participação do e-commerce é 3% e 4%. Nos EUA, 10%. Por isso, acredito que a loja física sempre existirá. A tendência, de fato, é que o ‘off’ e o ‘on’ se integrem na jornada de compra do cliente”.

 

Fonte: Yahoo Finanças

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