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Como usar a regra dos 10 minutos por dia para cumprir (qualquer) meta
Não é novidade que uma das formas mais eficientes de cumprir uma grande tarefa é
quebrá-la em etapas menores, a fim de que se trabalhe um pouco por dia nela. Aqui
no Na Prática, inclusive, temos uma matéria dedicada inteiramente à técnica de
determinar (e realizar) os chamados “micro-objetivos”.
Acontece que o poder dessa prática é tanto, que não é preciso mais do que 10
minutos por dia dedicado à tal meta para que você a cumpra. E ela pode ser grande,
tão grande como escrever um livro – e essa é exatamente a história de Alex Allain,
diretor de engenharia na Dropbox.
Confira seu relato traduzido e editado para fins de objetividade:
“10 minutos por dia
No início de 2012, publiquei ‘Jumping into C ++‘. De acordo com o calendário,
escrevi o livro entre janeiro de 2010 e janeiro de 2012, mas levei menos de 200
horas de trabalho. Eu sei disso porque, na maior parte do tempo em que trabalhei
no livro, fiquei atento ao tempo gasto. Entre 1/4/2010 e 29/9/2011 (quando parei
de acompanhar), trabalhei no livro por praticamente 156 horas e escrevi mais de 70
mil palavras.
Como, exatamente, consegui escrever um livro nesse curto espaço de tempo? Eu
tinha uma regra simples: trabalhar no livro por apenas dez minutos, todos os dias,
sem desculpas. Sempre.
O motivo inicial pelo qual eu acompanhava o meu tempo, na verdade, era porque
eu queria me motivar tendo [trabalhado] uma sequência de dias, e decidi que, em
vez de apenas marcar pontos, deveria anotar exatamente quanto tempo eu gastava
[na tarefa]. Funcionou – não perdi um dia.
Agora, eu não disse que escrevi o livro todos os dias – só que trabalhei nisso. Em
alguns (muitos) dias, eu trabalhei em exemplos, formatação, brainstorming ou em
edições. Tudo o que eu precisava fazer era olhar para a página por dez minutos e
tentar fazer algo que parecesse progresso.
Mesmo quando eu estava na ‘zona’, eu realmente não gastava muito tempo em um
dia – em 499 dias, gastei 15 minutos ou menos. Houve apenas cinco dias em que
trabalhei por mais de uma hora e o máximo de tempo que gastei foi de 72 minutos.
Se eu trabalhasse por 70 minutos, todos os sábados, tenho certeza de que teria feito
muito menos progresso. Eu teria esquecido onde estava toda vez que estivesse
pronto para começar [o trabalho].
Em alguns dias, apesar disso, eu ficava paralisado. Nesses dias, eu me dava
permissão para fazer pequenos ajustes em vez de me forçar a escrever resmas de
novas palavras.
Se eu tivesse um bloqueio de criatividade, não me criticava – ‘hoje pode não ser um
bom dia, então vamos usá-lo para algo que eu tenho que fazer de qualquer
maneira’. Há sempre outra chance para escrever amanhã.
Nesses dias, eu costumava revisar e editar dezenas de páginas, o que me
impulsionava a pensar, lembrando-me do quadro geral – e das lacunas – de uma
maneira que eu não conseguia quando meu cursor estava sentado e piscando na
tela no meio de uma frase. Raramente me via incapaz de escrever por mais de
alguns dias ou uma semana de cada vez.
A outra coisa que ajudou muito é que eu não me permitia checar meu e-mail até
trabalhar no livro. Não foi até recentemente que percebi que estava realmente
criando um loop de hábito – me dando essa recompensa de verificar meu e-mail
pessoal em troca de dedicar tempo ao meu livro. Também liguei o conceito de
trabalhar no livro a algo muito concreto; [assim] era impossível esquecer de fazer.
Certamente houve momentos em que senti que o livro nunca iria sair – que era uma
montanha enorme que eu mal estava arranhando. Quando isso acontecia, relembrar
o que já estava lá e fazer edições mostrava-me o quão longe eu havia chegado e me
inspirava para a próxima onda de trabalho.”
Fonte: Exame.com