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Esta armadilha mata a sua capacidade de liderança
Menos planilhas, números, sinais matemáticos e mais interação humana? Entre uma
ponta e outra, fuja, obviamente dos extremos, e ande pelo caminho do meio.
“Muitos líderes focam tanto o resultado e não tanto o que, normalmente, dá
resultado que é o relacionamento com o time, com os clientes”, diz o diretor geral
da Michael Page no Brasil, Ricardo Basaglia.
O modelo de gestão que negligencia as relações humanas e o acompanhamento do
estado físico e mental da equipe é fracassado. O ritmo diário, os salários baixos e a
falta de tempo para cuidar da própria saúde levam à morte 120 000 pessoas por ano
apenas nos Estados Unidos — um prejuízo de 180 bilhões de dólares, segundo a
reportagem.
Em terras brasileiras, a crise só fez agravar o problema. Profissionais diagnosticados
com síndrome de burn-out multiplicam-se, como é o caso da jornalista Izabela
Camargo, que conversou com a reportagem e deu detalhes do que passou. “Uma
pessoa em estado de flow, (fluidez, na tradução livre e que acontece quando a
pessoa está totalmente imersa na atividade) é 4 vezes mais inteligente do que
alguém em pré-burnout”, cita Basaglia, com base em dados de pesquisas da
universidade de Yale.
Ainda que haja diferenças entre a capacidade produtiva de cada um não há quem
consiga sustentar um ritmo frenético sem pagar as contas disso. Outra pesquisa vai
ao encontro do que diz o especialista: estudo das companhias Kronos Incorporated
e Future Workplace apontando que 95% das causas de alta rotatividade nas
organizações é o excesso de trabalho e a exaustão.
“O desafio do líder é entregar resultados através das pessoas e, não, apesar delas”,
diz Basaglia. E a combinação entre resultados e pessoas também não é própria de
líderes tipos como bonzinhos demais, que agem para proteger as pessoas sem dar
atenção às suas entregas. “Tem o ditado que diz se você é cem por cento do tempo
amado pelas pessoas isso significa que não está extraindo o máximo das pessoas”,
diz Basaglia.
A justa medida pede interação, troca para encontrar o ponto certo de cada um
dentro da organização. Basaglia sugere que gestores desenvolvam cultura de pedir
feedback e criem maneiras de se conectar com a equipe em encontros regulares
formais e informais. “A relação de confiança faz todo mundo crescer”, diz.
Atenção ao seu velocímetro também é indicado. O quanto você está sendo
impaciente ou indo rápido demais a despeito da velocidade dos seus subordinados
ou colegas. Tomar consciência é o primeiro passo para ajudar seu cérebro a sair
piloto automático e, assim, tomar melhores decisões de carreira.
Segundo o consultor Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a Pessoa Certa no Lugar
Certo”, o cérebro trabalha até 95% de maneira irracional e instintiva. Aumentar os
pontos percentuais do tempo de trabalho consciente pode ser essencial para se
perceber melhor tanto internamente como também desenvolver mais consciência
social, um dos aspectos básicos da inteligência emocional.
Fonte: Exame