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Está pensando em adquirir uma franquia de repasse? Veja quais cuidados tomar
Nem sempre um franqueado tem interesse em continuar com o negócio. Ele pode decidir fechar seu estabelecimento ou passar para frente, vendendo para uma outra pessoa que está interessada. O segundo caso é a franquia de repasse, em que um empreendedor pode assumir uma loja que já está em andamento. Este sistema tem o seu lado positivo, mas deve ser feito com cuidado.
Para Sidnei Amendoeira, diretor institucional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a vantagem de adquirir uma franquia de repasse é ter uma ideia mais realista dos resultados. “Ao começar um negócio do zero, o empreendedor tem uma expectativa do desempenho, mas ela pode variar dependendo do ponto e da região. Mas quando é uma franquia de repasse, ele já tem números para avaliar com base naquele local específico”, afirma.
Além disso, em algumas situações, o empreendedor pode conseguir um preço mais atrativo pela franquia de repasse. Caso o atual franqueado esteja com pressa de sair do negócio, é possível negociar o valor e adquirir uma franquia por um preço mais baixo do que se ele fosse começar do zero.
Outro ponto é que, ao entrar em uma franquia que já existe, o empreendedor que está começando tem mais ânimo para alavancar os negócios, que podem estar parados. “As vezes, o negócio não está indo bem porque a pessoa que está lá está cansada e quer mudar de vida”, afirma Amendoeira. Mas, segundo o diretor, essas vantagens só viram um bom negócio se o empreendedor fizer a lição de casa e entender bem o negócio em que está se envolvendo.
Dicas e cuidados
Antes de comprar uma franquia de repasse, é importante fazer uma due diligence (ou diligência prévia), termo que significa investigar bem a empresa para saber se é um bom negócio. Ou seja, avaliar os dados para ver se estão corretos, se a empresa está pagando os funcionários e seus impostos. Também vale investigar se o estabelecimento tem dívidas com fornecedores ou com a franqueadora.
“Se o novo franqueado compra o negócio e descobre que tem dívidas, depois ele vai precisar se defender explicando que ele não era responsável por aquilo”, diz Amendoeira, que acrescenta que esse risco pode ser diminuído se ele fizer essa análise prévia.
Uma questão fundamental também é ter a noção de que, apesar de a franquia ser do franqueado, ele não pode simplesmente vender para quem quiser: é necessário ter o consentimento do franqueador, que é o dono da marca. Caso o franqueador não aceite o novo comprador, o contrato pode até ser rescindido.
“Os contratos de franquias são personalíssimos então, por mais que seja feito com uma pessoa jurídica, um indivíduo é nomeado como sócio-operador para ser o gestor daquela unidade”, diz Amendoeira. Isso significa que o contrato é alinhado com aquele franqueado em especial e, muitas vezes, o documento diz que franqueador é prioritário para receber aquela franquia de volta. “Se o franqueador tem que aprovar uma loja que começa do zero, então ele também deve aceitar esse novo franqueado”, explica Amendoeira.
Além disso, falar com o franqueador dono da rede é importante para ter uma noção maior do negócio no geral, e não só daquele ponto específico que está sendo vendido. Esse conhecimento vem por meio da Circular de Oferta de Franquia (COF), em que é possível ver informações sobre todo o sistema e ser aprovado.
O conselho final de Amendoeira é que as pessoas deem atenção às franquias de repasse neste momento de pandemia, em que empresários estão desistindo de seus negócios. “Tem oportunidades boas no mercado, com pessoas repassando franquias, o que não existiria em um momento de alta”, afirma.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios