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O fim da posse
O que fazer para se tornar relevante na nova economia, onde tudo é mais
dinâmico e a posse já não é tão importante quanto antes?
Não é nenhuma novidade que as pessoas estão cada vez mais preferindo
gastar com experiências a produtos, e não por acaso uma chuva de
aplicativos tem surgido para atender essa mudança de demanda. A
vontade de comprar pelo prazer de possuir tem sido substituída pelo
prazer da experiência e que ela irá proporcionar.
O processo de compra também mudou: os consumidores deixam de “ir às
compras”, mas não deixam de fazer compras, já que estão sempre
conectados em seus feeds. A pergunta que fica é: quais foram as
implicações dessa mudança? A partir de agora, a experiência terá que se
transformar no produto em si e ser capaz de gerar receita sozinha, em vez
de ser um componente adicional de marketing. E mais: é preciso ir muito
além que os espaços instagramáveis.
Com esse novo desafio em mente, o tema ‘fim da posse’ é parte do
conteúdo da pesquisa ’consumidor ultradinâmico’ (high-velocity
consumer) realizada pela WGSN, líder global em pesquisa de tendências
de comportamento. O estudo busca entender quais as motivações dos
consumidores que irão determinar a forma como eles se relacionarão com
as marcas nos próximos anos e quais os impactos para o varejo.
O estudo consumidor ultradinâmico foi estruturado a partir de seis
grandes tópicos que determinam os comportamentos emergentes do
consumidor hoje em dia. São eles:
• A revolução das compras pelos dispositivos móveis
• A importância dos sentimentos
• A economia da confiança
• Preocupações climáticas
• A geração longeva
• O fim da posse
Agora chegou o momento de entendermos o último tópico, como a
transformação do consumo gerado pelo fim da posse pode causar
mudanças profundas na relação entre negócios e consumidores. Para isso
agrupamos algumas experiências no varejo que devem ser mais
significativas a partir do próximo ano. A seguir, algumas iniciativas bem-
sucedidas:
Estratégias de sucesso
1. Venda conhecimento
Os consumidores estão cada vez mais interessados em aprender. Isso
exige a criação de novas experiências – com destaque para o processo de
produção, mostrando às pessoas como as coisas são feitas.
Na China, a Coca-Cola começou a disponibilizar visitas a suas fábricas,
enquanto no Reino Unido, a Amazon está levando as pessoas aos seus
centros de distribuição para mostrar como eles funcionam.
2. Venda senso de comunidade
Atrair grupos de pessoas à um local físico, onde elas podem aprender
novas habilidades e criar conexões na vida real, se torna cada vez mais
importante. O surgimento de convenções como ComplexCon e Beautycon
faz parte desse movimento. Outro exemplo é o ‘Sephora House of
Beauty’, um evento que combina conteúdo para o Instagram,
conhecimento e criação de comunidade.
3. Venda o bem-estar
A criação de espaços físicos dedicados à saúde e à atividade física, assim
como eventos que celebrem o bem-estar, dialoga com um novo mindset e
se torna uma prática cada vez mais comum. A Lululemon foi pioneira na
criação de espaços dedicados a oferecer experiências – desenvolvendo a
própria marca por meio de aulas grátis de ioga na loja.
A empresa também deu início a uma série de outros eventos fitness,
pagos, e que têm como intuito reunir na vida real àqueles consumidores
que buscam o bem-estar.
Pontos de ação: o que já pode ser feito?
• Crie estratégias que motivem o consumidor a pagar por experiências
ligadas à sua marca
• Procure enxergar além do seu produto principal ao tentar ver quais tipos
de serviços poderiam motivar as pessoas a querer pagar para ter acesso
• Pense em como reunir pessoas com perspectivas parecidas e melhorar a
vida delas
* Gabriella Teixeira, consultora WGSN Mindset
Fonte: Portal do Varejo