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O início da era da voz no varejo brasileiro e seus possíveis impactos

A Alexa está entre nós, finalmente. A  Amazon  mostrou mais uma vez que
está disposta a entrar de vez no mercado brasileiro com todo seu
ecossistema de soluções. A empresa apresentou ao mercado
recentemente a Alexa, sua assistente de voz, em português do Brasil (com
direito a uma fala menos formal e por vezes até “brincalhona”).

Junto com a Alexa, a empresa lançou oficialmente seus devices da família
Echo, que ajudam a automatizar uma série de funções na casa, além de
lançar em conjunto uma série de equipamentos compatíveis, como
controladores, lâmpadas inteligentes e até mesmo televisores que em
breve poderão ser acionados “via Alexa”.

Embora a Google tenha lançado até mesmo uma casa automatizada há
alguns meses, mostrando as capacidades de seu assistente de voz, a
Amazon é a primeira empresa que traz oficialmente equipamentos oficiais
e compatíveis para o Brasil. O Google Mini, por exemplo, extremamente
popular onde é comercializado pelo baixo custo e ótimo benefício, ainda
só é encontrado em marketplaces na versão importada.

Mas não se trata apenas de algo para tornar sua casa mais automatizada,
ou inteligente. Trata-se de inaugurar uma nova era do varejo, a era da voz.
Passamos da era do balcão, do varejo físico, à era do teclado, no início do
e-commerce, e, mais recentemente, da era do teclado, à era “touch”,
iniciada com a revolução digital e mobile.

Ao longo dos últimos anos vimos uma série de inovações em torno da
Alexa acontecendo lá fora, de leitores de códigos de barra (Dash Wand, se
lembra disso?) ao lançamento dos Dash Buttons, ainda em 2015, que
prometiam uma reposição automatizada de alguns produtos ao toque de
um botão, passando pela aquisição de players como a Whole Foods e uma
aposta cada vez mais forte na logística própria.

A empresa buscava não somente ser dominante no Share of Mind na hora
de iniciar qualquer jornada de compra (já que hoje é o segundo maior site
de buscas utilizado no mundo), mas também se tornar a principal opção
efetiva de compra também nos produtos de dia a dia, não somente nos
eletroeletrônicos, livros, e outras categorias que sempre soube trabalhar
bem.

E se ao mesmo tempo isso se mostra inovador, prático e interessante, por
que então os mais de 100 mil equipamentos da família Alexa já vendidos
desde o lançamento até o início deste ano, representaram apenas uma
venda de US$ 2,1 bi, apenas uma parcela de 0,4% das vendas eletrônicas?
Em minha opinião, é uma questão de timing e nunca a hora foi melhor do
que essa. Esse é o momento.

Para a empresa de tendências do universo digital  Comscore , metade das
pesquisas eletrônicas, onde se iniciam a maioria das jornadas de compra
hoje, irá passar por algum assistente de voz até o final de 2020. É uma
previsão muito arriscada e otimista, mas é possível se analisarmos alguns
fatores.

Um deles está na questão da barreira de se usar equipamentos digitais
como celulares e computadores, ainda difíceis para muita gente, se
comparados à voz, que pode permitir que mais pessoas se sintam à
vontade com a conversa virtual e se sintam mais confortáveis para
comprar de maneira digital.

O avanço da inteligência artificial, somados à questão até mesmo da
linguagem mais informal adotada para o Brasil, pode tornar a conversa
mais fluída, mais “normal”, para o consumidor.

Falando de Brasil, a questão da logística, complexa se fosse utilizado o
mesmo modelo americano, parece estar encontrando sua solução em
players e modelos de negócio como  Rappi ,  iFood , Melhor Envio, entre
outros.

Se no passado a compra cotidiana era pensada para a Alexa no modelo de
listas de compra, onde se adicionavam itens e em algum momento você
compraria online, ou até mesmo levaria essa lista para um mercado,
penso que com o avanço da logística e o quanto ela poderá avançar nos
próximos anos, pensaremos cada vez menos no modelo lista e cada vez
mais no momento “comprar agora”. A parceria da Alexa no Brasil desde já
com players como iFood começa a desenhar esse caminho.

Não acredito que ninguém comprará facilmente um televisor ou uma
roupa puramente via voz. Alguns produtos hoje ainda precisam ser
visualizados ou até mesmo experimentados para depois serão comprados.
Penso que muito do que fazemos hoje de forma “digital”, embora ainda
um universo novo para todos, será comprado via voz em pouquíssimo
tempo.

Você está fazendo um churrasco e acaba a cerveja gelada. Suas opções
hoje são pegar o carro e ir comprar no local mais próximo, ou pegar o
celular e pedir entrega de algum lugar (seja via aplicativo ou telefone). Em
pouco tempo, uma opção mais simples, como “Alexa, comprar cerveja
gelada agora” fará parte do seu dia a dia, provavelmente já entendendo
suas preferências, como marca e local. De alimentos, produtos de higiene
e limpeza a até mesmo medicamentos, uma quantidade gigantesca de
produtos e oportunidades começam a acontecer.

A exemplo das dark kitchens, espaços de preparo de alimentos criados
exclusivamente para atender aos novos serviços de delivery, o que poderá
acontecer com negócios como mercearias, supermercados, farmácias,
entre outros, frente ao crescimento dessa nova modalidade de compra?
Sem o apelo visual, como ficariam produtos que tem boa parte de suas
vendas atreladas ao impulso e à venda do tipo cruzada?

Ainda são questões que teremos que responder com mais certeza ao
passo descobrirmos como serão os desdobramentos e a aceitação dessas
novas possibilidades frente aos nossos consumidores. Há muito a ser
considerado, mas uma coisa é fato: bem-vindo à era da voz no varejo
brasileiro.

Fonte: Mercado & Consumo

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