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“O pior já ficou para trás”, diz presidente da Eletros
Com seus momentos de maior e menor intensidade, podemos dizer que 2017 foi o ano que marcou o início da retomada do setor eletroeletrônico no Brasil, sinalizando o fim do pior período da recessão, que impactou fortemente o mercado nos últimos três anos.
Em janeiro, nossas expectativas apontavam que a indústria seria capaz de retomar o crescimento, mesmo diante de fatores adversos como o ambiente de crédito mais restrito, a oscilação do câmbio e os níveis de desemprego, que resistiam a cair. Agora, vemos que não estávamos errados em esperar boas notícias.
Os resultados setoriais em volume do terceiro trimestre mostram aumento em dois dos três segmentos presentes na Eletros: linha branca e portáteis. Somado, o resultado do período foi melhor que o dos dois outros trimestres do ano, com a venda de 24,18 milhões de unidades.
O desligamento do sinal analógico nas principais capitais do Brasil, certamente, foi um dos grandes acontecimentos do ano, o que ajudou na retomada do desejo da população em substituir seus aparelhos antigos. Medidas com impactos macroeconômicos, como a liberação do saque do FGTS de contas inativas, também tiveram efeito importante para a melhoria do cenário do consumo. A despeito da instabilidade e complexidades jurídico-políticas que assolam o Brasil, a economia segue seu curso, dando sinais de recuperação. O PIB sai de uma queda de 3,6% em 2016 para um provável crescimento de 0,72%, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central do Brasil.
É claro que tivemos as nossas preocupações. As vendas de equipamentos de ar-condicionado, um dos segmentos mais afetados nos últimos anos, apresentaram uma das piores retrações entre todos os produtos do mercado eletroeletrônico e talvez até da indústria brasileira, ameaçando empregos e levando ao desinvestimento. Para o País, ainda permanecem os desafios do déficit primário, dos investimentos em infraestrutura e, sobretudo, do crédito. Porém, o empenho e a resiliência da indústria provaram ser mais do que suficientes para superar as adversidades.
Na edição deste ano da Eletrolar Show, pudemos mostrar toda a capacidade de renovação dos fabricantes do setor, com o lançamento de importantes novidades em todos os segmentos. O desenvolvimento das tecnologias para casas inteligentes ditou alguns importantes rumos para a inovação. Dentro da linha marrom, os modelos com tecnologia 4K já se consolidaram, além das smart TVs, que hoje já ultrapassam os equipamentos convencionais em número de vendas. Nas cozinhas, as inovações voltadas para o design e a usabilidade chamaram a atenção do público, gerando experiências gastronômicas para os consumidores.
Vale notar também que, em maio, um dos mais importantes centros de fabricação de produtos eletroeletrônicos do Brasil, o Polo Industrial de Manaus (PIM), completou 50 anos. Durante toda a sua existência, a contribuição do PIM foi, sem dúvida, fundamental para o desenvolvimento do setor eletroeletrônico do Estado do Amazonas e da economia do País, tornando-se um alicerce para auxiliar o mercado em seu momento de recuperação. As indústrias da linha branca e da linha de áudio e vídeo empregam milhares de pessoas na região, gerando renda e movimentando o comércio das cidades.
É com essa capacidade de enfrentar os grandes desafios que o setor eletroeletrônico, com o auxílio da Eletros, vai continuar a trabalhar em 2018. Colocamos o primeiro pé no próximo ano com melhores condições, mas dispostos a avançar ainda mais, promovendo o desenvolvimento industrial do País, gerando empregos e oferecendo produtos de qualidade, a preços competitivos para os consumidores.
* Lourival Kiçula é presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
Fonte: Portal Eletrolar