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O que o comércio deve esperar de 2017
O comércio varejista enfrentou, nos últimos dois anos, o seu pior momento em uma década, com forte retração nas vendas, e o fechamento de 2016 também deverá ser de redução no faturamento do setor no Estado de São Paulo. O Natal, por si só, não é gerador de renda, ou seja, não quer dizer que sempre o comércio estará movimentado nesta época do ano. O que define basicamente se haverá ou não crescimento das vendas é a injeção do 13º salário que, em grande parte, vai para o consumo, além de pagamento de dívidas.
Mas como houve aumento na taxa de desemprego e redução do rendimento médio, a injeção do 13º, descontada a inflação, será negativa comparando com o mesmo período do ano passado. Isso certamente contribuirá para que o desempenho das vendas do fim de ano, em um cenário otimista, iguale o apurado em 2015, devendo ser mais uma vez um Natal das lembrancinhas.
No entanto, as apostas estão direcionadas para que 2017 seja a luz no fim do túnel. E algumas razões levam a essa melhor expectativa na economia. Primeiro, porque houve uma mudança do quadro político que animou os empresários, tanto que os indicadores de confiança do consumidor e do empresário do comércio, ambos da FecomercioSP, registram alta no comparativo anual de 19% e 27%, respectivamente. Além disso, o Banco Central já iniciou o novo ciclo de queda da taxa de juros. Isso significa que o crédito ficará cada vez mais barato para os empresários e consumidores.
Com a melhora nas expectativas dos empresários sobre a economia, aliada à maior previsibilidade e ao preço do dinheiro mais barato, espera-se para o próximo ano o crescimento dos investimentos e, por consequência, a reversão da curva do desemprego.
O consumidor, por sua vez, além de ver a inflação com menor pressão, notará o crédito mais facilitado e barato, o que é importante para estimular a compra, principalmente, daqueles bens mais caros que necessitam de crédito de longo prazo, como os setores de duráveis e semiduráveis. O processo de recuperação será lento e difícil e o que é mais aguardado por todos é a retomada das condições econômicas das famílias com emprego e renda. Pode-se dizer, portanto, que o pior foi superado e que 2017 será um ano melhor.
* Guilherme Dietze é assessor econômico da FecomercioSP
Fonte: Portal Eletrolar