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Operação deve ser regionalizada para obter sucesso

Fonte: Portal Valor Econômico

Embora 30% das redes americanas presentes no Brasil sejam da área de alimentação, encabeçadas pelas gigantes Subway e McDonalds, as oportunidades são boas em muitas áreas. Pelo menos é o que afirma a embaixadora americana Liliana Ayalde. “Apesar das dificuldades, o setor de franquias no Brasil mostra­se sólido, mais internacionalizado, o que enche de ânimo os franqueadores americanos”, afirma. “Enxergamos espaços de expansão interessantes nas grandes cidades e nos municípios de médio porte, no interior de São Paulo, por exemplo.”

A entrada das novas redes também se configura como um braço de negócios para holdings de franquias nacionais dispostas a abrigar novas marcas sob seu guarda­chuva. É o caso da SMZTO, uma das participantes das cerca de 90 reuniões realizadas com os empresários americanos durante a visita ao Brasil, que envolveram grupos franqueadores, multifranqueados e franqueados individuais. “Eles têm uma grande vantagem: são marcas sólidas e expressivas em seu país de origem, trazem o know how de atuação em um dos mercados mais competitivos do mundo”, afirma Bruno Semenzato, diretor de novos negócios da SMZTO.

“Isso tem um peso grande, já que chegam ao Brasil como um modelo validado, testado e dando lucro.” Ao sócio local, cabe entrar com a experiência de atuação no Brasil, conhecimento da legislação e a capacidade para selecionar os melhores pontos e os franqueados com perfil mais adequado. “Todos têm a ganhar”, diz Semenzato, adiantando que das 10 redes a holding conversou com quatro, sendo que as negociações com uma bandeira estão bem avançadas, com previsão de início de operação em 2017.

Com mais de 400 unidades abertas no Brasil e há cinco anos atuando no mercado americano, com cinco unidades na Flórida, Eduardo Guerra, diretor de expansão do Giraffas, diz que os desafios são grandes em ambos os destinos. “Embora as redes americanas estejam acostumadas com um volume muito grande de franquias e presença internacional, a maioria ainda demora para alcançar sucesso no mercado brasileiro”, avalia. E a justificativa, segundo ele, é simples: falta de atenção à regionalização.

Ambos os países são grandes, apresentam muita competitividade e têm espaços para crescer, mas não são iguais. “Não basta apoiar­se exclusivamente na força da marca”, diz. “É preciso regionalizar a operação do balcão para fora e, muitas vezes, do balcão para dentro, além de alinhar as expectativas com a realidade local.”

Este talvez seja, na visão de Jon Aboitiz, da consultoria americana Globofran, o grande gargalo de quem quer se instalar nos Estados Unidos e das redes americanas dispostas a crescer no Brasil. “O sucesso dependerá do apetite do investimento e da disposição de adaptação”, afirma. “Quem não estiver disposto a entrar com operação própria em parceria com investidores locais, que conhecem bem o mercado, dificilmente terá chances de crescer”, destaca.

“Muitas vezes os olhos enchem com a possibilidade de um mercado continental, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos, mas esquecem de que a maioria das competências que eles têm no país de origem não se repetirão no país destino.”

A opinião é compartilhada por Antonio Moreira Leite, CEO do Grupo Trigo, responsável pelas marcas Spoleto, Kone e Domino’s Pizza. “Somos a terceira geração de master franqueados da Domino’s no Brasil, assumimos a gestão em 2004 justamente pelo nosso conhecimento do mercado local, da legislação, da cultura de consumo e pela rede de relacionamentos”, afirma.

“O papel aceita a projeção que o empresário quer, mas na prática, a realidade se mostra em alguns casos bem diferente.” Trata­se de experiência própria, já que em 2005 o Grupo Trigo iniciou o projeto Eldorado, para expansão da Spoleto para o mercado americano. Gastaram muita sola de sapato, desenvolveram estudos de regiões com a ajuda da Endeavor e decidiram por o pé no freio com a crise americano em 2008.

“O que a gente não tinha era exatamente um sócio local, alguém que conhecesse os hábitos de consumo, fosse nativo e dominasse as áreas de negócios”, diz Leite. “Foi justamente um executivo da Domino’s nos Estados Unidos que se encantou com o nosso jeito de operar a rede no Brasil que decidiu nos ajudar”. A primeira unidade foi aberta em Orlando em 2015, e hoje já são três. Segundo ele, os mesmos desafios que nós encontramos lá, eles enfrentam aqui, com um agravante: o custo do dinheiro no Brasil é muito maior.

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