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Páscoa abre novas oportunidades no mercado de chocolate
Após a retração da Páscoa de 2017, o consumo de chocolates e ovos sem recuperou
no ano passado. Mais de 37 milhões de lares compraram chocolates durante os
meses de março e abril, de acordo com um levantamento da Kantar Worldpanel.
Para 2019, é esperado um aumento de 2,5% no volume de consumo do produto no
Brasil. Com a melhora do cenário econômico brasileiro, as vendas de ovos devem
crescer consideravelmente, segundo a expectativa da Associação Brasileira das
Indústrias de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab).
Foram produzidas, no ano passado, mais de 11 mil toneladas de ovos de Páscoa e
derivados -26% mais do que o registrado em 2017. A novidade é que o mercado se
diversificou, em sintonia com mudanças de comportamento dos brasileiros. Com
isso, surgiram novas oportunidades.
Orgânico e vegano
A alta demanda por alimentos produzidos de forma sustentável e socialmente
correta chegou também ao universo dos chocolates e possibilitou o surgimento de
um mercado mais justo e um consumo mais saudável.
São novos negócios de pequenos produtores artesanais, que ajudam a desenvolver
uma cadeia comercial de produtores agrícolas locais. No caso da produção de
chocolates, as amêndoas de cacau orgânico são compradas diretamente de
produtores.
Normalmente, esses pequenos cultivadores fazem parte de uma cooperativa
empenhada em melhorar os métodos de produção, além de incentivar a difusão
desse tipo de cultivo.
A produção de chocolates com alto teor de cacau já caiu no gosto dos consumidores
e se consolidou, de acordo com Ming Liu, diretor da Organics Brasil, entidade que se
dedica a difundir a imagem do projeto Brasil Orgânico no mundo.
De olho nesse público, a Garoto lançou, há pouco mais de um mês, uma nova linha
para o chocolates Talento. Batizada de Terruá, ela traz quatro novos sabores: açúcar
de coco, açaí, maracujá e cupuaçu, que variam de 38% a 70% em teor de cacau.
Promoção
Apesar da leve elevação na confiança do consumidor em 2019, os números revelam
que os hábitos de consumo adotados durante a crise ainda permeiam e afetam as
escolhas na hora de encher o carrinho.
Nos últimos anos, a grande quantidade de ovos de chocolate estocados em algumas
redes de varejo nos últimos dias da quaresma motivaram promoções de última
hora.
Atentos a esse tipo de ação muitos optam por comprar na véspera do domingo de
Páscoa. Osvaldo Nunes, proprietário da Chocolândia, uma das maiores redes
especializadas em chocolate no estado de São Paulo, revela que nas últimas 48
horas, já é possível encontrar ovos até 30% mais baratos e a tendência é de queda
nos preços até chegar no “leve 2 pague 1”.
“Como ficamos abertos 24 horas por dia durante a Páscoa e somos muito acessíveis
para negociar, o estoque dos fabricantes acaba sendo desovado em nossas lojas e o
consumidor final já sabe disso”, diz Nunes.
Outros formatos
Categorias de chocolate como caseiros, tabletes e bombons seguem chamando a
atenção dos consumidores nesta Páscoa, de acordo com Caroline Kurzweil, analista
da Euromonitor. Também é fato que a discrepância de preços entre o mesmo tipo
de chocolate em diferentes formatos tem incomodado os brasileiros nos últimos
anos.
Um ovo de 350 gramas da Nestlé, sabor Alpino, por exemplo, custa em média R$ 61.
Quatro barras do mesmo chocolate, que totalizariam 400 gramas de produto, saem
a um custo médio de R$ 16 (R$ 4 a unidade). “Assim, consumidores optaram por
outras categorias para presentear, trocando os tradicionais ovos de Páscoa por
bombons e trufas, ou até mesmo por outras lembrancinhas como pequenos
brinquedos e itens de vestuário”, diz Caroline.
Delivery
Sucesso de vendas em 2018, a expectativa é de uso intensivo por de aplicativos e
delivery. Em 2018, houve crescimento de 69% nas vendas de ovos de páscoa pela
internet, de acordo com a Nielsen. Já a venda de chocolates em barra, cresceram
365% no varejo online durante os 30 dias que antecederam a Páscoa, na
comparação com o mesmo período de 2017.
Muito além dos chocolates, o serviço de entregas para a data contempla ovos de
chocolate, ingredientes para preparar a refeição, comidas prontas de restaurantes e
presentes em geral.
Muitos varejistas já realizam parcerias com as plataformas de delivery, Rappi e
UberEats. O importante é avaliar a melhor estratégia para cada negócio:
comercializar ovos de Páscoa por meio de algum aplicativo ou criar um serviço de
entrega próprio.
Em geral, os aplicativos garantem que o transporte dos itens, principalmente dos
ovos de chocolate, é feito com o máximo de cuidado e em bolsas especiais, que
controlam a temperatura (evitando que o chocolate derreta) e prateleiras que
asseguram que o ovo não quebre.
Fonte: Diário do Comércio