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Páscoa: atacarejos apostam na venda de chocolate para o mercado de transformação
Diante do recrudescimento dos níveis de desemprego do País, os atacarejos
aumentaram a atenção para brasileiros em busca de complementação de renda na
Páscoa. No período que antecede a data, redes esperam alavancar o volume de
venda de produtos para os que vão produzir, para consumo próprio ou revenda,
ovos de chocolate e ceias.
Um dos exemplos de atacarejo que aposta no atendimento desse público é o Akki
Atacadista. “O grande negócio do cash é a pré-Páscoa com a venda de chocolates
em barra para transformação. Entendemos que o comércio relativamente informal
de pessoas sem emprego ou com horas vagas cresce e com isso a busca destes
produtos para produzir aumenta bastante”, diz o diretor, Artur Raposo.
O executivo destaca ainda que a “meta de crescimento no período gira em torno de
10% em volume de vendas”. De acordo com Raposo, a perspectiva é que haja queda
na venda de ovos de Páscoa prontos. Em contrapartida, outras categorias de
produtos típicos devem registrar evolução no volume comercializado.
“Acreditamos que a alta do comércio de peixes, azeite e demais correlatos seja de
aproximadamente 8% e, por fim, chocolates em barra, 18%”, explicou o executivo,
destacando que nesse período há melhor negociação de preço desses produtos
juntamente ao fornecedor em virtude do volume.Na esteira do otimismo, a empresa
pretende ainda construir novas unidades do negócio. “Temos dois terrenos próprios,
os quais estamos negociando com fundos de investimento ou banco para construir
lojas e também através de investidores que constroem em seus próprios terrenos as
lojas no nosso padrão. “Atualmente, a rede tem seis unidades em operação, com
faturamento de R$ 600 milhões em 2018. O tíquete médio das lojas está em R$ 200.
Para 2019, a perspectiva é de avanço de 15%, já descontada a inflação do período.
Para o sócio fundador da consultoria de varejo GPME Expansão e Estruturação de
Negócios, Anibal Maini, comprar grandes volumes para conquistar descontos se
tornou prioridade para uma grande fatia dos consumidores finais e também
pequenos comerciantes. “O modelo atacarejo realmente está em alta. Nota-se que
várias lojas supermercadistas convencionais aderiram ao formato de atacarejo nos
últimos cinco anos para atender a essa demanda”, diz Maini.
O especialista observa que o movimento de expansão desse formato deve ganhar
mais força nas cidades do interior do País. “Em um projeto recente que participei,
visitamos dois atacarejos no leste de Minas Gerais, em cidades com menos de 15 mil
habitantes”.
Outro exemplo de rede no formato cash and carry que deve aproveitar o
movimento pré-Páscoa é o Assaí. “Quando observamos as vendas direcionadas para
os clientes que vão transformar barras de chocolate para produzir bombons, ovos e
trufas, existe um movimento mais intenso tendo em vista a situação do mercado de
trabalho”, afirma o diretor comercial do Assai, Wlamir dos Anjos.
O executivo destaca que a projeção de vendas de produtos relacionados à Páscoa é
de expansão de 20% no período, na comparação com 2018. Segundo Anjos, para
essa data comemorativa, há ampliação em torno de 1 ponto percentual (p.p.) da
participação da categoria no portfólio total do negócio. “Mesmo sendo 1 p.p., esse
aumento é representativo tendo em vista o volume comercializado de produtos. As
negociações com os fornecedores começam em torno de novembro e início de
janeiro”, explica.
Efeito calendário
Na perspectiva traçada pelo CEO do Atacadão, Roberto Müssnich, pelo fato do
período de Páscoa ocorrer no mês de abril, haverá maior disposição tanto por parte
do consumidor final como dos pequenos lojistas para compras no negócio. “No ano
passado, a Páscoa caiu em março e não deu tempo do cliente se recuperar dos
impostos de janeiro e fevereiro. Em 2019, portanto, a perspectiva é crescer 20% em
relação ao mesmo período do ano passado”, afirma. Por fim, ele menciona, sem
revelar os números, que a tendência é de um tíquete médio maior no período
comemorativo.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria