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Projeto de impacto social gera renda com publicidade em periferias do Brasil

A grande virada de chave nas relações de consumo neste século vai muito além de
oferecer produtos e serviços exclusivos. O consumidor quer, sobretudo, encontrar
propósito social das marcas que escolhe comprar. Neste sentido, muitas empresas
se concentraram em gerar impacto na vida de pessoas que mais necessitam.

Na esteira de negócios de impacto social, a empreendedora Emília Rabello criou o
Outdoor Social, iniciativa que busca divulgar publicidade em outdoors por
comunidades de todo o Brasil. A iniciativa já conseguiu gerar mais de R$ 2,5 milhões
de reais em renda para moradores de diversas partes do país.
A Consumidor Moderno conversou com Emília para entender quais foram as
principais aspirações e referências para o projeto. Confira:

Consumidor Moderno: O Outdoor Social foi inspirado em algum modelo? Fale sobre
as etapas de concepção do projeto.

Emília Rabello: O Outdoor Social foi inspirado no modelo de negócios sociais criado
pelo economista bengali Muhammad Yunus. O projeto nasceu a partir de uma
demanda da empresa de telefonia Claro que tinha como meta, em 2012, entrar em
mercados populares de comunidades no Rio de Janeiro. A carência dos meios de
comunicação nesses locais, fez com que eu tivesse a ideia de criar o Outdoor Social.
O Outdoor Social foi concebido no modelo de negócios sociais com o objetivo de
gerar uma mídia eficiente aos clientes que desejam se comunicar com o público das
comunidades e periferias e, ao mesmo tempo, gerar impacto social.

O modelo de comunicação adotado pelo nosso projeto é o human to human, um
conceito contemporâneo que utiliza influenciadores para falarem de determinada
marca. Quando instalamos placas publicitárias nos muros das casas dos moradores
das periferias, eles são transformados em comunicadores e emissores da
mensagem. Ao invés dessas pessoas serem apenas meros receptores da mensagem
publicitária, também estão comunicando.

CM: As ações começaram em comunidades do Rio de Janeiro e se espalharam
posteriormente. Qual é o alcance do projeto atualmente?

ER: O alcance do Outdoor Social é nacional. O negócio está presente em todas as
regiões do país, em 450 cidades brasileiras e, em cinco anos de atuação, já impactou
mais de cinco mil comunidades e 30 mil famílias.

CM: Como foi o processo de prospectar os primeiros anunciantes?

ER: O processo de captação dos primeiros anunciantes foi bastante trabalhoso, isso
porque a maioria das indústrias e clientes não enxerga a classe C como seu
consumidor. Grande parte dos clientes considera apenas às classes A e B como seus
principais consumidores e lutam por um Red Market concentrado nas regiões mais
abastadas das cidades. A classe C é um blue ocean, pouco explorado pelas grandes
marcas e possui a maior parte da pirâmide. A classe C pode consumir,
unitariamente, um ticket menor, porém, em volume, possui uma fatia significante
do mercado.

Quando falamos de periferia, especificamente, 40% da população pertenciam à
classe média em 2005, já em 2015, o número passou para 61%. A classe média é
composta pelas classes B1 à C2 e tem renda familiar de R$ de 4.418 a R$1.024. Já as
comunidades brasileiras possuem 12 milhões de habitantes que possuem renda
anual nominal de R$68 bi, ou seja, é um mercado muito considerável que pode ser
explorado pelas indústrias e colocados em seus planos de comunicação.

Algumas empresas mais universais nos segmentos de telefonia, materiais de
construção ou alimentícios, por exemplo, entendem que precisam vender e se
comunicar com todas as classes, porém, no dia a dia do mercado, a maioria das
marcas foca apenas no público A e B.

CM: Quais são as perspectivas do projeto atualmente?

ER: A perspectiva do Outdoor Social é aumentar o impacto social nas comunidades.
O foco do projeto é que todas as ações e negócios sejam voltados para prover
serviços de grande impacto social. Há ainda a busca por parceiros que buscam
investir em projetos sociais das comunidades.

CM: Qual a importância de promover engajamento em comunidades geralmente
desassistidas pelo poder público?

ER: O Outdoor Social tem mudado as vidas de milhares de pessoas das classes
populares, entrando nas periferias e dando importância a esses espaços que, na
maioria das vezes, é esquecido e marginalizado. A importância do nosso negócio e o
engajamento dos moradores são indiscutíveis. Ao mesmo tempo em que o Outdoor
Social leva a publicidade às casas dos moradores, gera renda e empodera esses
indivíduos como garotos propagandas das empresas/marcas que anunciam. Quando
os moradores veem placas de campanhas de uma determinada marca nas
comunidades onde moram, eles se sentem valorizados.

A transformação dos moradores em influenciadores, à medida que valorizamos suas
casas em plataforma para exibição de mídia, tem mudado a vida de milhares de
pessoas, colocando-as como protagonista da comunicação. O grande diferencial e
inovação do nosso negócio é o trabalho colaborativo que realizamos na mídia
offline, que transforma pessoas comuns em exibidoras de mídia, criando uma rede
de colaboração, engajamento e formação de influenciadores para comunicação.

Fonte: Consumidor Moderno

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