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Quer ganhar a confiança do seu consumidor? Invista em privacidade
As marcas que são transparentes sobre o uso de dados pessoais de seus
clientes têm muito a ganhar
A privacidade, o vazamento de dados pessoais e como as empresas usam
as informações de seus clientes são assuntos que ganham cada vez mais
relevância. Os consumidores estão mais atentos e menos propensos a
compartilhar seus dados. Por isso, empresas que investem em políticas de
privacidade claras e mostram, de forma transparente, como as
informações são usadas têm mais chance de conquistar a confiança (e os
dados) dos consumidores.
Uma pesquisa da Deloitte sobre privacidade de dados com consumidores
americanos apontou que aqueles que estão satisfeitos com as políticas de
privacidade de uma marca têm mais probabilidade (73%) de serem a favor
ou neutros em relação ao compartilhamento de dados pessoais, em
comparação com aqueles que estão insatisfeitos ou não conhecem as
políticas (57%).
A pesquisa mostrou também que 75% dos consumidores estão mais
abertos a compartilhar informações pessoais quando entendem que há
benefícios em troca, como melhores preços, descontos ou melhores
serviços. Os resultados mostram que as marcas precisam ser
transparentes sobre o uso dos dados e mostrar como aquelas informações
estão sendo usadas para ganhar a confiança dos consumidores.
O estudo também descobriu uma desconexão entre como os
consumidores percebem a maneira como os varejistas usam seus dados
pessoais e como os varejistas realmente os utilizam. Dois terços dos
consumidores pesquisados acreditam que o principal uso de seus dados é
para o marketing direcionado e pelo menos metade disse acreditar que
seus dados pessoais são vendidos para terceiros.
Os executivos das marcas, no entanto, afirmam que as informações dos
consumidores são usadas para aumentar a eficiência operacional e
melhorar a qualidade dos serviços nas lojas. Essa diferença de visões é
gerada pela falta de transparência sobre como os dados são armazenados
e usados, diz a pesquisa.
Tendência na CES 2020
Quando falamos de privacidade digital, os grandes vilões que aparecem
são as redes sociais e as empresas de tecnologia. Na edição deste ano da
CES, um dos principais eventos de tecnologia que acontece todos os anos
em Las Vegas, o grande foco das gigantes do mercado foi o investimento
em novas formas de proteger a privacidade dos cidadãos após anos de
crescente escrutínio de reguladores e consumidores sobre o tratamento
de dados pessoais pelo setor.
O Google anunciou durante o evento a atualização do Google Assistant
com dois novos comandos de voz para que as pessoas possam optar por
cancelar comandos de voz ou excluir os registros arquivados no sistema. A
empresa agora oferece aos usuários a opção de excluir dados usando sua
voz dizendo: “Ei, Google, exclua tudo o que eu disse para você esta
semana”, por exemplo.
Neste mesmo caminho, a Amazon, dona da empresa de fechaduras e
câmeras de segurança Ring, anunciou que irá dar aos usuários a
oportunidade de não atender solicitações da polícia para vídeos gravados
pelos aparelhos dos usuários. A empresa estava sob fortes críticas por
fornecer dados pessoais dos donos das câmeras, como localização em
tempo real.
O Facebook, que passou os últimos dois anos sofrendo com escândalos
relacionados à privacidade dos usuários e ao uso de dados pessoais por
terceiros, anunciou na CES uma nova versão de sua ferramenta de
verificação de privacidade com o objetivo de orientar o público quais são
as principais formas de realizar as configurações sobre o uso de dados
pessoais na plataforma. A nova versão mostra como controlar quem pode
ver o que é compartilhado, como as informações são usadas e como
aumentar a segurança da conta. A versão anterior da ferramenta era
focada apenas em alterar as configurações de quem podia ver as
postagens e informações de perfil do usuário.
Veja abaixo 5 medidas que as empresas precisam adotar para ganhar
confiança do consumidor na questão da privacidade:
1. Trate os dados do consumidor como um ativo valioso para a empresa;
2. Seja transparente sobre como os dados estão sendo coletados, quais
são armazenados e como eles serão utilizados;
3. Centralize todas as configurações de privacidade em um único local
para permitir que os consumidores tenham mais controle e facilidade para
entender as implicações das configurações;
4. Garanta que todas as pessoas que têm contato com o consumidor são
capacitadas para agir de acordo com as diretrizes de privacidade da
marca;
5. Garanta a proteção dos dados em qualquer lugar – na nuvem, na
organização, com terceiros ou em qualquer outro lugar em que possam
ser usados.
Fonte: Portal No Varejo