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Redes de papelarias crescem com parcerias e licenciamentos em 2019
Considerado o “Natal” para as redes de papelarias, o período de volta às aulas deve
promover um incremento de até 30% nas vendas dos players do setor em 2019.
Para garantir o aumento da receita, lojistas apostam em linhas de produtos
licenciados e em parcerias estratégicas com a indústria. “Começamos nossa
preparação para o período desde a metade de 2018. Essa organização envolve
estudos sobre as tendências de temas e fabricação prévia de cadernos em nossa
fábrica própria”, diz o diretor de operações da rede de papelarias Kalunga, Hoslei
Pimenta.
De acordo com o executivo, o mês de janeiro pode representar até 40% a mais de
faturamento em comparação a outros meses do ano. “Geralmente o que
registramos é uma demanda forte por itens dentro da categoria de ‘coloridos’, como
por exemplo lápis, canetas, mochilas e lancheiras. Com isso, temos equipes de
design focadas nessas tendências e também investimos em marketing nas regiões
onde estão nossas unidades”, relata.
Segundo Pimenta, atualmente a rede conta com mais de 220 unidades em território
nacional e deve registrar incremento de 15,8% nas vendas totais ao longo de 2019.
“Estamos abrindo, em média, 20 lojas por ano”, observou o executivo. Além disso,
ele afirma que as promoções e descontos progressivos para o período – combinados
com ações para o cliente trocar cadernos usados por novos – auxiliam no
incremento dos gastos dos consumidores. “Em períodos normais, nosso tíquete
médio está em torno de R$ 91. Em janeiro, fica entre R$ 125 e R$ 130”, disse ele.
Descontos
Na mesma linha traçada por Pimenta, o sócio fundador da consultoria de varejo
Inteligência360, Olegário Araújo, afirma que, pelo fato de muitas famílias terem o
hábito de se reunirem para realizar as compras de material escolar dos filhos, as
negociações de descontos em grandes volumes de vendas podem garantir a
fidelização do consumidor. “Existe grande investimento de tempo e deslocamento
por parte de uma parcela das famílias para a compra dos materiais escolares, por
isso muitas vezes são feitas em conjunto”, explica Araújo, destacando o fato de que
é importante oferecer também no negócio itens mais baratos, visando um público
que não tem orçamento para comprar produtos de maior valor agregado. Neste
sentido, outro exemplo de rede varejista que considera o período de volta às aulas
importante é a marca de bolsas e mochilas Le Postiche. “Para nós, é um momento
bem significativo, como se fosse um segundo Natal. Por conta do grande volume de
itens comercializados para o público infanto-juvenil, reservamos 50% do espaço de
nossas lojas para itens dessa categoria”, afirma a sócia-diretora da marca,
Alessandra Restaino.
Conforme a executiva, um dos exemplos de estratégias utilizadas para o período é o
desconto de R$ 30 por item comprado, mediante gastos acima de R$ 200 e a doação
de uma mochila usada. A expectativa é receber entre 3 mil a 4 mil itens usados, que
serão enviados à comunidades carentes no Nordeste. No que diz respeito ao
desenvolvimento de novas linhas de produto, Alessandra destaca um modelo de
mochila mais “resistente e jovial” para as crianças que estão passando para uma
fase menos temática.
“Vemos uma migração por parte da criança de nove anos para produtos menos
infantis, o que tem feito com que nosso portfólio seja readequeado”, disse,
mencionando que a perspectiva é de aumento entre 15% e 20% nas vendas em
janeiro sobre 2018.“Desenvolvemos uma mala que pode ser personalizada pela
criança com adesivos, que conta com material mais resistente para a grande
quantidade de material escolar”, complementou a executiva.
Temporários
De acordo com a avaliação do gerente da Papelaria Real, Emerson Siqueira, para
alavancar as vendas no período de volta às aulas, o grupo investirá na contratação
de funcionários temporários. “Janeiro corresponde a 30% do nosso faturamento
anual. Por isso, abriremos cerca de 20 vagas provisórias até março. Esses postos têm
a possibilidade de efetivação de acordo com o desempenho do contratado”,
declarou Siqueira.
Segundo o executivo, o tíquete médio da rede – que ao longo do ano normalmente
se mantém em torno de R$ 150 – chega a dobrar durante o mês de janeiro. Por fim,
ele também ressalta que o movimento de preparação e planejamento de estoque
de itens para a demanda no mês de janeiro começa no segundo semestre do ano
anterior.
Fonte: Portal DCI