Dona de atributos que dispensam elogios e com potencialidade para conquistar uma legião maior de fãs, desde que seja bem apresentada, a marca própria é vista como uma ferramenta capaz de engordar os negócios do varejo de vizinhança. As redes Dia e Lopes estão no rol das empresas do segmento que investem nos rótulos próprios, capazes de fidelizar os velhos clientes, cativar novos, projetar o nome do estabelecimento e aumentar as vendas, mesmo nestes duros tempos para a economia, pois, além de tudo, é opção econômica para famílias com orçamento apertado.

Neide Montesano, presidente da Abmapro – Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização, considera importante e positivo o interesse e o crescimento da marca própria no varejo de vizinhança, mesmo que só acompanhe a tendência mundial, especialmente na Europa, ainda com passos miúdos e a distância. “Hoje, é possível ver nos Estados Unidos um mercado de vizinhança com 80% ou 90% de marcas próprias, enquanto grandes redes nos EUA e na Europa destinam uma participação pequena, de 25%, aos seus produtos.”

A ideia de trabalhar com marcas próprias vale também para varejistas de pequeno porte, carentes de recursos para bancar o projeto em carreira solo, que, no entanto, podem participar de redes associativas, observa Neide.

No entanto, Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci, consultoria especializada em criação, desenvolvimento e gestão de marcas próprias, alerta o varejista para que ele pondere sobre qual seria o melhor caminho antes de se decidir entre uma associação ou o lançamento de seu rótulo exclusivo. “A vantagem da associação é a força com que ela permite ao varejista negociar com os fornecedores e melhorar sua renda, mas, por outro lado, o varejista tem de entender que está investindo em uma marca que não é dele. Com isso, caso ele se decida por lançar a sua marca no futuro, nada do que construiu vai servir, pois, para o consumidor, será um novo rótulo”.

Fonte: Portal Newtrade