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Setor de cosméticos aposta em orgânicos para crescer
Com setor crescendo abaixo do esperado nos primeiros meses do ano, empresas da
cadeia de cosméticos apostam na sustentabilidade como diferencial para ganhar
mercado. Produtos orgânicos são vistos como nova tendência. “O mercado de
beleza vinha crescendo acima de 10% e esse ano deve ficar abaixo. A principal
tendência são os produtos verdes, especialmente no que se refere à matéria-prima”,
conta o diretor de portfólio da NürnbergMesse Brasil, organizadora da Exposição
Internacional de Tecnologia para a Indústria Cosmética (FCE Cosmetique), Diego de
Carvalho.
A Dinaco, empresa de representação comercial, importação e distribuição de
especialidades químicas, destaca a demanda de produtos com apelo sustentável.
“Temos um grande portfólio de produtos orgânicos, naturais e veganos para
atender essa necessidade do mercado”, afirma a diretora de marketing estratégico
da companhia, Marina Fernandes.
Ela afirma que, embora o mercado viva um momento difícil, com inovação é possível
aquecer a indústria. “A Dinaco foi primeira distribuidora a ter um laboratório de
desenvolvimento e inovação no Brasil. Temos uma equipe que testa aplicações para
produtos e ajudamos clientes que não tem essa estrutura.”A gerente de
relacionamento da Garden Química, Thaís Rosa, avalia que o mercado não vive o
melhor momento. “Mas o resultado da empresa está dentro do esperado. Estamos
tentando diversificar para atuar em novas faixas de mercado”, conta.
A empresa, que atua na importação, fabricação e distribuição de cosméticos, fechou
recentemente um contrato de distribuição exclusiva com a Amazon Oil,
especializada em produtos naturais originados da Floresta Amazônica. “As inovações
e a mudança de mentalidade de buscar produtos orgânicos no lugar de sintéticos
tem gerado um aumento de investimentos.” A gerente de marketing da Scentec
Essências e Fragrâncias, Jennifer Csasznik, declara que a empresa tem uma
expectativa positiva para 2019. “Começamos a atender o Nordeste e agora estamos
presentes em todas as regiões. É um mercado de grande potencial.”
Ela conta que a empresa já registrou crescimento no primeiro trimestre. “O
mercado melhorou em relação ao ano passado, sentimos as empresas mais
positivas. É difícil prever como será o resto do ano, mas estamos otimistas”.
Jennifer, no entanto, admite que a atual instabilidade cambial atrapalha as
atividades do setor. “O dólar é complicado, pois a matéria-prima é importada, mas o
mercado tem que absorver. Esse mês de maio foi bastante crítico nesse sentido.”
Embalagens
Gerente executivo da unidade de flexíveis da Antilhas, Rodrigo Massini, avalia que o
mercado de cosméticos continua em ascensão. “Chega a cair o ticket médio, mas em
volume continua crescendo”, diz, acrescentando que o preço médio teve queda no
último Dia das Mães.O executivo assinala que a companhia, que tem três unidades
produtivas em Santana de Parnaíba (SP), teve crescimento de 15% no primeiro
trimestre. “O mercado está abaixo do esperado. Era esperada uma recuperação
maior. Nosso desempenho ocorreu por que conseguimos aumentar nosso market
share.”
Massini afirma que a projeção de crescimento do grupo é de 20% na unidade de
flexíveis e de 22% na unidade de cartucharia e explica que uma das apostas da
Antilhas são embalagens de material único. “A composição cem por cento de
polietileno facilita a reciclagem, o que é atrativo para muitas empresas que tem
metas de redução de plástico.”
O gerente de vendas da divisão de cartucharia da Antilhas, João Elcio Luongo,
destaca que a companhia fechou um contrato com a Colgate no final do ano
passado. “É um projeto de fornecimento para substituir a embalagem de laminado,
que tem um custo bastante elevado. Conseguimos apresentar uma solução mais
econômica e totalmente reciclável.” O executivo revela que a parceria já conta com
dois produtos em linha e outros projetos em desenvolvimento.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria