Dois mil líderes do varejo nacional reuniram-se na última semana na Praia do Forte, na Bahia, participando da 55ª Convenção Nacional do Comércio Lojista – e Santa Catarina voltou a se destacar, com uma delegação de 250 pessoas. O evento coincidiu com os dias imediatamente posteriores à votação do Senado que decretou o impedimento de Dilma Rousseff no cargo de Presidente da República. O tema foi tratado em alguns momentos oficiais da Convenção, mas prevaleceu, sobretudo, nos corredores, nas discussões entre dirigentes cedelistas do sul ao norte do país. O sentimento preponderante foi que a nação, de agora em diante, pode acordar de seu mais dramático pesadelo econômico já enfrentado. O presidente Michel Temer entregou o comando da área econômica a Henrique Meirelles, que aposta em um modelo pragmático, focado no controle dos gastos públicos e de suas consequências perversas sobre a inflação e a taxa de juros. Apenas essa convicção foi o bastante para que emergisse um novo ambiente de negócios. Antes mesmo do afastamento definitivo de Dilma Rousseff surgiam indicadores da confiança do empresariado na retomada do crescimento e alguns setores industriais reagiam, tornando a contratar e a produzir. São bons sinais, sem dúvida. A economia, entretanto, não se comporta com rompantes e a efetiva recuperação ainda dependerá de tempo e de questões que envolvem o Congresso Nacional, caso da aprovação do limite dos gastos públicos, a reforma da previdência, entre outras. O varejo se ressente da nefasta combinação entre endividamento familiar e desemprego, aspectos que comprometem a capacidade de consumo. No primeiro semestre o IBGE indicava que 200 mil pessoas não tinham emprego em Santa Catarina, número que aumentou nos últimos meses. Mas a pesquisa da FCDL/SC e Fecomércio/SC relativa aos gastos com presentes no dia dos pais trouxe boas notícias (embora modestas) no estado. E entendemos que Santa Catarina conseguirá oferecer respostas mais rapidamente, por sua diversificação econômica, suas características inovadoras e pelo modelo exportador. Seguramente teremos um Natal mais positivo do que em 2015 e ingressaremos em 2017 com o otimismo renovado. Deixo à grande família lojista catarinense o mesmo sentimento que compartilhei com os colegas de setor do país na recente Convenção Nacional: estamos recomeçando!